O Decálogo escrito pelo dedo de Deus
“Os dez santos preceitos proferidos por Cristo no monte Sinai, foram a revelação do caráter de Deus, e deram a conhecer ao mundo que Ele exerce a jurisdição sobre toda a herança humana”. - M. M. 1956, p.53.
Comentário
Para uma igreja trinitariana, como pretende ser a Igreja a Adventista, a declaração é, no mínimo, estranha à teologia codificada por ela. Quem proferiu os Dez Mandamentos a Moisés foi Javé, Deus, o Pai - consenso hermenêutico que existe entre todas as denominações cristãs.
A própria senhora White contradiz-se no tocante à autoria dos Dez Mandamentos, porque uma coisa é dizer que Deus escreveu o Decálogo, e outra é informar que Cristo redigiu com seu dedo no Sinai as tábuas da Lei. Eis o que ela diz: “Os Dez Mandamentos foram proferidos pelo próprio Deus e escritos por sua própria mão” - M . E., vol. 1, p,.25. Aí está!
Ela diz, nesta declaração, que Deus, o Pai, foi quem escreveu no Sinai o Decálogo.
Afirmam os teólogos adventistas que Javé é Cristo, e Cristo é Javé, e defendem assim o unitarismo, teoria segundo a qual se afirma que quem morreu na cruz foi o próprio Pai. Os pregadores adventistas, quando no púlpito, sempre dizem eloqüentemente que Deus, o Pai, entregou a Moisés as duas tábuas de pedra, com os Dez Mandamentos nelas redigidos.
E.G. White ensina em seus livros a Trindade e não a Unicidade. Afirmar que Cristo é o Pai, ou que o Pai é Cristo, nada mais é que ensinar e advogar a doutrina unitariana pregada por algumas igrejas da atualidade. Em termos de doutrina adventista, é crasso erro teológico dizer que o Pai é o Filho, ou o Filho é o Pai. Para eles, o Pai é o Pai, o Filho é o Filho. Se o que E. G. White afirmou é verdade, podemos dizer que no evento batismal de Cristo o Espírito Santo, em forma de pomba, era o próprio Pai. Não há como a igreja adventista resolver isso, a não ser admitir a contradição de E. G. White.
Vitória de Cristo na cruz: condicional
“Se bem que sofresse as mais terríveis tentações, Cristo não faltou nem ficou desanimado. Estava travando a batalha em nosso favor e, houvesse ele faltado, houvesse cedido à tentação, e a linhagem humana teria ficado perdida". - M.M., 1956, p. 24).
Comentário
Basta um texto bíblico para a refutação cabal desta declaração de E. G. White, quando coloca a missão de Cristo passível de fracasso. Temos em Gênesis. 3.15 uma profecia explicita do sucesso de Jesus como Redentor da humanidade. O próprio Salvador sabia de sua vitória na cruz. Todos os profetas sabiam do triunfo de Cristo no Gólgota. E o que dizer de Isaías 53?
Cristo é o “Cordeiro de Deus, morto desde a fundação do mundo”. Não existe na Bíblia uma só palavra que dê a entender que o Redentor veio a este mundo com a possibilidade de fracassar em sua missão. Ninguém até hoje fez tantos acréscimos à Palavra de Deus quanto E. G. White. Quem conhece os livros dela está ciente disso. Ela leu a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, e fantasiou-a, pois fez arranjos, romanceou, tergiversou e adulterou o Texto Sagrado. Isso está bem evidente em seus livros como: O Desejado de Todas as Nações, Pa rã bolas de Jesus, História da Redenção, Primeiros Escritos, Atos dos Apóstolos, Profetas e Reis, Patriarcas e Profetas, etc.
“Destinamo-nos ao juízo”
“Não, meus jovens amigos, destinamo-nos ao juízo, e a graça nos é assegurada aqui nesta vida, a fim de formarmos caracteres para a vida futura, imortal". - M. M., 1956, p. 9.
A doutrina do juízo, no Adventismo, é uma autêntica salada. Na teologia adventista o crente em Cristo se sujeita a dois julgamentos: o Juízo investigativo e o juízo final. Pregações, estudos bíblicos, lições da Escola Sabatina, séries de “slides” e todo o material didático catequético da Igreja Adventista enfatizam isso. A própria senhora White ensina dois juízos para o crente. Um deles está aí, na citação acima, e excetua os intelectuais da Igreja. A plebe adventista, se indagada quanto ao juízo investigativo, nada terá para declarar, porquanto não entende com clareza esta matéria e jamais compreenderá. O assunto é cheio de atalhos, desvios, obstáculos, sombras e armadilhas para capturar os incautos.
Na citação em estudo, E.G. White diz que o crente entra
De acordo com a declaração da senhora White, Jesus jamais voltará a este mundo para reclamar (ou buscar) os que são dele, porque em rigor todos temos mais defeitos do que achamos possuir.
Os filhos de Deus nascem e morrem imperfeitos, através dos séculos. Só há um que foi perfeito até hoje: Jesus Cristo. E sua volta não depende de forma alguma do grau de perfeição dos crentes. É impossível que o caráter de Cristo reproduza-se em nós perfeitamente. Daí se depreende que E.G. White coloca isso como condição absoluta para a ocorrência da segunda vinda de Jesus. O mais grave de tudo é que esta é uma pregação legalista; aliás, o Adventismo é uma mescla de salvação pela fé e pelas obras ao mesmo tempo. O seu processo de salvação é híbrido. Basta dizer que o sábado é o selo de Deus, e não o Espírito Santo, como o é biblicamente. “Quem guarda o sábado tem o selo de Deus; quem não o guarda tem o selo da besta”. É por isso que, quando se pergunta a um adventista se ele está salvo, afirma que não sabe ou diz que está em pleno processo. Nenhum deles tem a certeza da salvação em Cristo, por mais fiel que seja, por mais consagrado que viva.
E. G. White coloca a perfeição dos adventistas como condição “sine qua non” para a volta de Cristo. Absurdo!
Em seu livro Primeiros Escritos, E. G. White condena o perfeccionismo, mas, na citação em análise, contradiz-se abertamente.
A segunda vinda de Cristo não está condicionada ou vinculada à perfeição de caráter dos crentes. Jesus voltará independentemente da condição espiritual dos cristãos. A Palavra de Deus nos ensina que a volta do Filho do Homem será em dia e hora que ninguém sabe, pois constituirá uma grande surpresa para todos.
Em síntese, o que E. G. White ensina é a salvação pelos próprios méritos. Não serenos salvos com base em nossa suposta perfeição, mas pela graça de Cristo, a qual está acima de nossas imperfeições, de nossas falhas involuntárias.
O que se pode estabelecer com toda a certeza é que o crente está no caminho da perfeição ou em sua busca, pois cresce na graça e no conhecimento da Bíblia Sagrada, conhece progressivamente as Escrituras e experimenta dia a dia o poder de Deus. Esta é a teologia bíblica sobre a salvação. Quem for achado em comunhão com Cristo será levado ao encontro com o Senhor nos ares, conforme algumas citações do apóstolo Paulo. Quem espera ser perfeito para ser salvo está absolutamente perdido. Alias, para Paulo, perfeito é aquele que busca a perfeição; leiam (Fl.3:12 e 15). No verso 12 da carta aos Filipenses o apóstolo se diz imperfeito, mas no verso 15 se coloca entre os perfeitos e declara que com este sentimento, o da busca pela perfeição, o cristão torna-se perfeito para Deus.
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