Dois shabbats?
Antes de tudo, gostaria de deixar claro aqui que este artigo é para aqueles amigos adventistas que estão sempre prontos a apontar dedos, julgar e interpretar a crença dos outros como errada, e a deles, como a única detentora da verdade absoluta. E não quero aqui focar exatamente a questão da guarda do sábado, mas uma questão que me chama a atenção é a questão do cumprimento integral do 4º mandamento. Lemos no 4º mandamento do decálogo, a frase: “seis dias trabalharás...”.
Os adventistas se preocupam tanto com a guarda do sábado, e “esquecem” essa outra parte da lei, ou seja: eles “guardam” o sábado, e “folgam” no domingo, quando a lei fala, que deve haver seis dias de trabalho. Vejam, os adventistas tem dois “shabbats”, um para guardar religiosamente, e outro para folgar, descansar, se divertir, passear; coisa que a Bíblia nunca mostrou...
Observem as passagens Bíblicas:
Vejam, êxodo 20:11 diz: “porque em seis dias fez o senhor o céu e a terra...” (seis dias iguais, de trabalho, Deus não brincou, não se divertiu, não passeou, e principalmente: não descansou, no 1º dia da semana).
Êxodo 16:23 diz: “amanhã é repouso,sábado santo ao senhor;” (repouso do dia-a-dia é no sábado. o único dia diferente, é só o sábado. “Amanhã é repouso” , e não: “e depois de amanhã, se quiser, também”).
Êxodo 35:2 afirma: “seis dias se trabalhará...” (seis dias são iguais, seis dias de trabalho!)
Lev. 23:3 diz: “seis dias se fará trabalho...” (novamente, seis dias iguais de rotina, de trabalho!)
Agora vejam Ezequiel 46:1 deixa bem claro: “eis o que diz o senhor Javé: o pórtico do átrio interior que fica fronteiro ao oriente será fechado durante os seis dias consagrados ao trabalho. Abrir-se-á no dia de sábado, assim como na lua nova.”
Ezequiel 46:1 não deixa dúvidas quanto ao destino dos outros seis dias da semana: consagração ao trabalho! Ou seja, eram seis dias úteis, de trabalho, e um shabbat. não eram cinco dias úteis, 1º dia de guarda religiosa e 1º dia de “liberou geral”. não estava escrito: “no 1º dia da semana farás o que quiser, cinco dias trabalharás e guardarás o sétimo”.
E eles mesmos não alertam que o domingo é como está na bíblia, o 1º dia da semana? A “1ª feira”?
No contexto do quarto mandamento, e em outras passagens do A.T sobre o sábado, vemos que 6 dias são iguais e comuns sendo só o sábado, o dia diferente. Mas os adventistas fazem do domingo um segundo dia diferente.
"O primeiro dia da semana, um dia comum de trabalho que não possui santidade alguma.”
(eventos finais pg. 119).
"O sinal da besta é o dia de repouso papal” (evangelismo, pg. 234).
A própria “profetisa” Ellen White disse que o domingo é um dia comum de trabalho e, portanto, quem descansa, e não trabalha no domingo contém o sinal da besta. Por acaso os adventistas fazem do domingo “um dia comum de trabalho”? ; ou dia consagrado ao trabalho? Eles passeiam com a família, vão pescar, vão à praia, festejam , vão ao parque, vão ao piquenique, etc, e descansam. O povo antigo de Israel não agia assim, agia? Pelo que se percebe na Bíblia, o povo judeu tirava dias de divertimento nos seus dias das festas fixas marcados em seu calendário, e em festas de casamento. Não há mandamento nem relatos do povo judeu ter o primeiro dia da semana separado para diversão, ou, diversão mesclada com descanso (shabbat).
Em um outro livro adventista, li a seguinte frase: “como seguidores da Bíblia, nós procuramos guardar o sábado da mesma forma como ele era guardado na antiguidade...” (sábado, o selo de Deus - capt. 10 de Peter P. Goldschmidt) vejam, eles se preocupam em guardar o sábado como antigamente, mas não trabalham os outros seis dias, como antigamente!
Cadê o exemplo?
A administração da associação adventista, as escolas adventistas, as livrarias e muitas lojas adventistas, não trabalham no domingo, contrariando a própria Sra. White, quando disse que o domingo é um dia comum de trabalho!
Eles falam tanto em não trabalhar e guardar sábado, falam tanto que o domingo é um dia comum, pagão, falam tanto em decreto dominical e etc... E, no entanto, esquecem que não trabalhando e fechando seus estabelecimentos aos domingos, (e nos feriados católicos) eles estão colaborando com a suposta “guarda” do domingo, colaborando com o tal “futuro decreto dominical”, colaborando com “Roma”, não é? Eles não seguem os feriados dos antigos Israelitas, com o argumento de que aqueles feriados eram exclusivos aos judeus; mas em contra partida, gozam e usufruem das folgas dos feriados católicos - pagãos. Gozam das folgas deste calendário romano-gregoriano, (o nome já diz criado pelo Papa Gregório).
Criticam, criticam e criticam, mas na prática, adoram a “folginha pagã” né?! É como alguém dizer que é contra o cacau, mas adora chocolate! É muita incoerência.
Eles não reclamam dos feriados pagão-católicos que caem nos seis dias de trabalho. Mas para serem coerentes com sua crença, eles deveriam é ir na contra-mão e dar o exemplo, fazendo do domingo (e outros feriados) um dia comum de trabalho. Mas por que não fazem? Porque não seria conveniente. Pois isso seria muito trabalhoso, polêmico, incômodo e perderiam muitos alunos dos seus colégios, e não gozariam mais de feriadões. (mas não vale mais obedecer a deus do que aos homens? Pois é...) nunca vi um movimento adventista reivindicando o direito e o dever de trabalhar no domingo...
É só relllaaaxx... (êta “santa” e “abençoada” folginha pagã papal sô!...).
Ora, quem trabalha e realiza obras em cinco dias, e, ou descansa o domingo, ou outro dia, sem ser o sábado, também quebra o mandamento. Essa parte dos versos, que manda trabalhar seis dias, faz parte da lei, tanto quanto guardar o sétimo dia. O único dia de descanso semanal, de repouso (shabbat), o dia diferente dos outros seis rotineiros, segundo essa lei da antiga aliança, é o sábado.
Se no sábado, deve-se trocar o trabalho por descanso (shabbat), logicamente no 1º dia da semana deve-se trocar o descanso (shabbat) por trabalho!
Se for pecado se divertir, brincar, jogar bola, nadar e passear no sábado, também o é no domingo, pois a bíblia diz que são 06 (seis) dias consagrados ao trabalho, não tem um dia semanal consagrado ao lazer, e não há um segundo dia de repouso!!!
O argumento adventista:
Eles alegam que são seis dias para administrar atividades seculares dos homens e um dia separado para Deus. Acontece que quando Deus diz para, no sábado: não catar lenha (Num. 15:32-36), não carregar cargas(Jer.17:21), não comercializar(Nee. 13:15), não cozinhar(Êx.16:23), não buscar sustento(Êx.16:26-27), eles entendem perfeitamente. Mas quando Deus diz que seis dias trabalharás, e que são seis dias da semana consagrados ao trabalho, (Ez 46:1) daí, eles entendem da melhor maneira mais conveniente.
Então, os nossos amigos adventistas julgam lazer, divertimento e recreação como “trabalho”! Eles se agarram a esse argumento, como um náufrago se agarra a uma bóia no mar da incoerência. Como a questão é complexa, esse é o “az na manga” dos adventistas nesta questão; com a “super poderosa elástica e relativa” interpretação para o que é “trabalho” (e fazer o bem) tudo se resolve; vai depender da conveniência para o momento. Então no domingo, eles “trabalham o dia” fazendo, por exemplo: 5 minutos de poda de planta, ou, dão uma lavadinha no carro, ou, lavam uma louça, ou, telefonam para o chefe, ou, varrem a varanda... E pronto; trabalhou o domingo, o domingo ficou “consagrado” ao trabalho; e o resto do dia vão passear ou descansar. Muitos, não realizam tarefa alguma. Uns ainda dormem ou assistem TV o dia todo. Assistir TV virou obra de trabalho... chega a ser cômico! (e curioso: dar aulas de música no sábado à tarde na igreja, não é trabalho... e para muitos, até sexo virou “trabalho” e é proibido no sábado.)
Mas será que lazer e divertimento é trabalho? Quando um pai brinca de bola com seu filhinho de 4 anos(ou outra criança), isso é trabalho, ou é uma demonstração de carinho, afeto, atenção, uma obra de amor? Se eu pratico o amor, (e Deus é amor) estou cuidando de meus afazeres seculares? O fato é que o mandamento nada fala sobre brincadeiras e lazer ser trabalho. Algum adventista pode argumentar:
“Os judeus não se divertiam no sábado...” pode ser, mas do mesmo modo, os judeus não separavam a 1ª feira para divertimento e descanso; Mas daí, os amigos do sétimo dia não querem copiar os judeus, não é? O contexto da proibição é sobre trabalho, trabalho mesmo, todo e qualquer trabalho, atividades diárias, manutenção de bens e sustento; não diversão. Note o leitor que os servos deviam descansar; descansar de que? Da fadiga, da rotina dos seis dias de trabalho. Será que as patroas adventistas dão folga para empregadas (servas) só no sábado? Não, dão também no domingo... Mas vemos na Bíblia que os servos descansavam no sábado, e não na “1ª feira”.
Do mesmo modo, os animais; vemos que até os animais tinham de descansar e não podiam ser colocados a fazer trabalho algum. Mas eu fico pensando... E se uma égua jovem, depois de trabalhar seis dias, no sábado de manhã estando solta no pasto, começa a brincar com seu filhote...? Ora, se nem os animais podiam trabalhar, e se, recreação e lazer é “trabalho”, então o animal que brincasse “profanava” o sábado? É um absurdo. Ou então talvez, os animais tenham um “bônus” para o sábado, que os adventistas não têm; os animais podem “trabalhar” brincando no sábado.
Para os amigos adventistas cumprirem TODO o quarto mandamento, eles devem procurar trabalhar no domingo. Ah..., mas não tem expediente na empresa no domingo... Né? Então por isso eles podem se divertir o dia todo? Nada disso; que passem o dia realizando manutenções, trabalhos e tarefas em casa (e nada de divertimento), para cumprir a outra parte da lei: seis dias consagrados ao trabalho! O amigo adventista não gostou? Que leia a Bíblia; veja se acaso a 1ª feira (domingo) é um dia consagrado à folga, lazer, passeio, repouso e recreação... Veja!
Veja se o povo judeu seguindo sua lei, se eles deixavam de trabalhar um dia da semana para gozar a folga de um feriado pagão do calendário romano...veja! (veja se o povo judeu saía para acampar em feriado romano, como os adventistas fazem no carnaval...) E depois, ainda escrevem: “nós procuramos guardar o sábado da mesma forma como ele era guardado na antiguidade...” chega a ser piada!!
Desde a tão falada e polêmica mudança do sábado para o domingo, os adventistas aderiram parte da guarda dominical, ou seja: a folga pagã, o feriado, o segundo “shabbat”, o shabbat livre, sem regras; dessa parte eles não reclamam e nem se revoltam. Eles adoram; muitos ainda criticam as pessoas que não trabalham no domingo, por ser domingo... Mas eles também não trabalham! Não realizam a 1ª feira, não cumprem os seis dias como manda o mandamento!
Amigo adventista: se você é contra o “sinal da besta” só na hora de criticar as outras crenças, mas goza da “folginha bestial”, você está sendo incoerente e hipócrita! Se você é contra o domingo (ou guarda dele), seja contra integralmente e não pela metade. Trate de realizar trabalhos e tarefas em casa ou onde quiser, mas trabalhe e cumpra os seus seis dias de trabalho.
Sugestão: que tal no domingo ir até a casa de uma senhora idosa e carente para ajudar a consertar sua cerca? Pintar o muro do asilo? Ah..., mas isso seria trabalhar ou fazer o bem? Se for fazer o bem, você não vai cumprir os seis dias de trabalho, não é?
Ora, use a sua interpretação super flexível para a palavra “trabalho”. A verdade é uma só: os adventistas exaltam a guarda do sétimo dia, mas não querem trabalhar todos os outros seis!
Onde está o “dia comum de trabalho” senhores adventistas? Onde está a 1° feira da semana consagrada ao trabalho, senhores adventistas?
Que Deus tenha misericórdia de tanta incoerência...
Décio – (um aprendiz de Cristão)
Extraído do Blog: Ex-Adventistas.com
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