É
possível que alguém entenda a Justificação pela Fé de forma legalista? Sim, é
possível. É interessante como as mensagens de hoje são legalistas sem que os
próprios difusores se apercebam.
Uma
frase do sermão de hoje, na Igreja do Unasp, São Paulo, proferida no último dia
da semana de oração (Pastor Benedito Muniz), sintetiza tudo. Ele até disse que o
cristão que profere tal frase merece ser disciplinado: “não faço isso porque a
minha religião não permite”. Depois ele enfatizou como a frase deveria ser: “não
faço isso porque desagrada meu Deus”.
Os
pregadores adventistas sempre tiveram imensa dificuldade em conciliar a Justificação pela Fé com a guarda dos mandamentos (decálogo). A
mensagem até segue perfeita, rumo a excelência da Justificação pela Fé, quando o
pregador desfaz tudo o que construiu, ao incentivar os membros a “peitar” o
mundo, dizendo não, ao que se entende como quebra da Lei.
O
que se deveria inferir é bem simples: aquele que é justificado pela fé não se
insurge contra qualquer ato nocivo aos costumes éticos e morais contidos na Lei
de Deus. Depois de justificado o que o ser humano faz? Ele consegue fazer alguma
coisa? Não seria Deus efetivando nele o querer e o realizar?
O
que realmente significa tudo isso? Se Deus está na pessoa, qual a necessidade
que ela tem de sair vociferando pelo mundo que não tem medo de nada? O pior
mesmo é que os pregadores adventistas não conseguem se desapegar do “grande
fardo”, dentro do “fardo” da Lei: o sábado! O exemplo é quase sempre o mesmo: os
filhos teocêntricos de Deus não estudam no sábado, não trabalham no sábado, não
fazem suas obrigações no sábado. O “calcanhar de Aquiles” dos ASD: a maldição da
falsa guarda do sábado. O sábado é um dia que os ASD pouco fazem pelo próximo,
mas usufruem o que o próximo produz. Eles não trabalham no sábado, mas usam
todos os serviços que são disponibilizados nele. É um povo cujo testemunho
consiste, hoje, em explorar o que o próximo faz no “santo dia”, sem a sua
colaboração.
O
pregador derruba todo o arrazoado da Justificação pela fé, ao tornar a guarda da
lei como um exercício da vontade humana. Piora ainda mais o quadro quando dá a
entender que a lei se resume ao quarto mandamento. Leva o quadro ao fundo do
abismo quando leva o leigo a acreditar que o quarto mandamento só trata do
sábado.
Sim
meus caros amigos. Existem pessoas que só enxergam a Justificação pela Fé sob o
fardo da Lei. Infelizmente esse foi o produto final da Semana de Oração no
Unasp, São Paulo, encerrada hoje.
Aí
eu pergunto: Isso é Justificação pela Fé? Isso é pregar sobre a Graça? Existe
graça paga pelo próprio homem, que "peita" o mundo para mostrar que ele guarda a
Lei?
A
semana de oração do Unasp, São Paulo, prometia muito e pouco ofereceu. Ainda
assim os membros se julgam cheios, a despeito de terem se alimentado de
vento...
Enéias Teles Borges
Extraído de http://adventismo-historico.blogspot.com.br/2012/04/justificacao-pela-fe-sob-o-legalismo.html
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