Continuando a série de estudos que desvenda os erros doutrinários que serviram de alicerce para o surgimento da seita dos Adventistas; neste artigo abordaremos um dos pilares centrais desse movimento:
”... até 2300 tardes e manhãs e o santuário será purificado.” (Daniel 8:14)
O falso profeta Guilherme Miller interpretou e Ellen White assinou em baixo: Foi o bastante para que os adventistas acreditassem até hoje, que essa passagem se refere há 2300 anos.
Mas existem falhas nesta interpretação e a questão específica que será levantada neste artigo é referente ao princípio dia-ano...
Os adventistas se basearam em apenas duas passagens Bíblicas onde aparece uma relação de dia com ano.
Em um estudo adventista, encontramos: “...as 2.300 tardes e manhãs equivalem a 2.300 dias (Gênesis 1:5), que por sua vez representam 2.300 anos (Números 14:34 e Ezequiel 4:6 e 7). Vejam; duas passagens Bíblicas sobre profecia, e pronto; eis a base Bíblica adventista. Mas surgem controvérsias com esse entendimento:
Em Números 14, e em Ezequiel 4, nós vemos que os acontecimentos nada tem a haver com as 2300 tardes e manhãs do livro de Daniel.
Nessas duas passagens a relação dia-ano é co-relacionada com iniqüidade e (ou) castigo para o povo de Israel. Mas o mais importante é que somente nessas duas passagens é falado sobre a relação de dia com ano.
Nem sempre em profecia, é dito que 1 dia equivale a 1 ano. Vejam estes exemplos:
Em Gênesis; na profecia sobre o nascimento de Isaque; onde relata Abraão com 99 anos de idade (Gen.17:1) e é dito que Sara, sua mulher, teria o filho depois de passado um ano(Gen. 17:21). Logo em seguida, em Gen. 21:5, está escrito que Abraão teve seu filho com 100 anos de idade.
Ora, se um dia em profecia é equivalente a um ano, um ano deveria ser 365 anos (se cada dia, é um ano) assim sendo; Abraão teria mais de 400 anos no momento do nascimento de Isaque!
Também em 1º Samuel 2:27-36, vemos claramente a profecia de Deus contra a casa de Elí; dizendo que seus filhos morreriam no mesmo dia.
Os relatos posteriores indicam que os filhos de Elí morreram realmente no mesmo dia e não durante o ano. Os textos bíblicos deixam isso muito claro e nada falam para considerar um ano para um dia. (leiam 1 Sm 2:27 até 4:17).
Em outra profecia (em 1 Reis 20:22), é dito que o rei da Síria (Ben-Hadade) voltaria a atacar em 1 ano. Seria esse 1 ano, 1 dia? Ou Deveriam os israelitas (e nós) considerar que: se 1 ano tem 365 dias, e cada dia vale 1 ano, então o rei da síria voltaria a atacar depois de 365 anos? O texto Bíblico prova que o rei da Síria voltou a atacar realmente num prazo de um ano; e nada é dito para relacionar dia com ano. (1 Reis 20:1-26)
E o que dizer da profecia sobre o prolongamento do tempo de vida do rei Ezequias? Deus disse: “...eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor (Templo). Acrescentarei aos teus dias 15 anos...”(2 Reis 20:1-6) devemos então entender que o rei ganhou em sua vida, apenas mais 15 dias porque Deus disse 15 anos? E como o rei iria subir ao templo no terceiro ano (já que Deus disse terceiro dia) só com mais 15 dias de vida? Ou será que devemos entender que: Se cada dia em profecia é um ano, então quando Deus disse 15 anos, devemos multiplicar 15 x 365 = 5.475; então será que o rei ganhou 5.475 anos de vida a mais???
Caso parecido ocorre com a profecia da viúva de Sarepta:
Havia grande seca e com isso a comida estava escassa. Deus disse que a comida dela não acabaria até o dia em que voltasse a chover (1 Reis 17:1-14). Então será que a comida dela não acabaria até o “ano” (dia) em que Deus fizesse chover? Então a comida da viúva poderia acabar em janeiro e as chuvas só voltarem em dezembro? Está dentro do ano, não está?
E a profecia de Jonas?
A cidade de Nínive seria destruída em 40 dias, ou 40 anos? Segundo os relatos Bíblicos (Jonas 3:1-10), o rei e todos os moradores daquela cidade ficaram aterrorizados com a anunciação de Jonas, e imediatamente deram sinais de arrependimento.
Pela maneira rápida como todos apresentaram reação e providências, tudo deixa a entender que o prazo era realmente e literalmente 40 DIAS!
Portanto, prezados leitores; não podemos sempre relacionar dia com ano em profecia.
Devemos seguir a Bíblia, analisando-a com calma, atenção e coerência. E ela só diz haver relação de dia com ano (e vise versa) somente em Num 14:34 e Ezq 4:6-7 . E do mesmo modo que os exemplos acima, nós vemos em Daniel 8:14, a respeito das 2300 tardes e manhãs, que nada é dito sobre um ano para cada dia; aliás, nem aparecem as palavras “dia” e “ano”em daniel 8:14.
Mesmo considerando o princípio dia-ano; o verso não fala em 2300 dias, mas 2300 itens, ou melhor, 2300 períodos: tardes e manhãs. Uma tarde é um período, e uma manhã, outro período. O que implica em outro equívoco da interpretação adventista: 2300 tardes e manhãs, não são 2300 tardes, e mais 2300 manhãs. O verso não diz isso. O verso fala que haveria uma purificação do santuário depois de 2300 períodos; de tardes e manhãs. São 2300 tardes e manhãs, ou seja, temos em tardes e manhãs, um total de 2300 períodos. E sendo que uma sempre ocorre logo após a outra durante o dia, temos 1150 tardes e 1150 manhãs, no total de 2300 períodos, ocorrendo isso em 1150 dias; cada dia tem dois itens, dois períodos: uma tarde, e uma manhã.
A Bíblia não se apresenta de modo a confundir e complicar. É uma questão de interpretação natural! Explicando melhor, vejam só: quando eu digo assim: - “naquele imenso cesto cabem 2300 laranjas e maçãs!”
Todos entendem que naquele enorme cesto cabem 2300 frutas entre laranjas e maçãs; ninguém naturalmente interpreta que cabem 2300 laranjas e mais 2300 maçãs, num total de 4600 frutas.
Outro exemplo: “daquele terrível naufrágio, sobreviveram 2300 mulheres e crianças”.
A interpretação natural é que se salvaram 2300 pessoas sendo mulheres e crianças; ninguém entende que eram 2300 mulheres e mais 2300 crianças, num total de 4600 pessoas.
Outro: “nosso estacionamento está lotado, temos 2.300 carros e motos”. Entende-se que são 2300 carros e mais 2300 motos? Não, é lógico.
Que tal uns exemplos Bíblicos?
Vejam Juízes 16:27 “ Ora, a casa estava cheia de homens e mulheres, e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o teto havia uns três mil homens e mulheres, que olhavam enquanto Sansão os divertia.”
Pergunta-se: os adventistas entendem que nessa passagem haviam três mil homens e mais três mil mulheres, num total de seis mil?? Aposto que nunca entenderam assim. Qualquer um entende naturalmente que eram três mil pessoas entre homens e mulheres!
Também em Juízes 9:49, vemos: “...queimaram-na a fogo com os que nela estavam; de modo que morreram também todos os de Migdol-Siquém, cerca de mil homens e mulheres”. Neste caso,morreram mil homens e mais mil mulheres, num total de dois mil? É isso que se entende? É lógico que não.
Então, será que 2300 tardes e manhãs eram 2300 anos? Nas profecias Bíblicas, sempre há essa equivalência dia-ano? Ou será que isso é exclusivo somente para certas passagens quando a própria Bíblia diz e indica nos versos, que o tal existe? Fica claro, que a Bíblia indica.
Mas por qual motivo os adventistas insistiriam nessa equivalência mesmo diante de tantas evidencias ao contrário?
A verdade é que os ASD forjaram esse tipo de interpretação para poderem justificar o surgimento do movimento adventista depois do grande desapontamento de 1844.
Foi para “encaixar” a Igreja Adventista, numa profecia bíblica; que Ellen G. White, ignorando todos os erros cometidos pelo falso profeta Guilherme Miller; se apossou do “modelo interpretativo” por ele inventado.
O detalhe é que esse “modelo” foi responsável pelo grande fiasco que foi a marcação de uma data especifica para a volta de Cristo, mais precisamente no dia 22 de outubro de 1844.
Após o "grande desapontamento", certo grupo daqueles fanáticos seguidores de Miller, os chamados “Milleritas”; nada conformados em aceitarem a verdade que a Bíblia já alertava, (sobre ninguém saber o Dia do retorno de Cristo); encontraram uma engenhosa saída para explicar e transformar seu gigantesco erro, em acerto.
O Sr Hiram Edson (discípulo de Miller), enquanto passava por um milharal, teve um tipo de “visão”, onde se apresentava Cristo passando do lugar santo, para o lugar santíssimo no santuário celestial.
Como se diz: “Bingo!” Era disso que eles precisavam para bater o pé e insistir na idéia de que tudo o que o Sr Miller interpretou estava certo, com exceção da parte onde se acreditava que Cristo voltaria em 1844.
O Sr Hiram levou essa “salvadora novidade” ao seu grupo e outros grupos se uniram a eles. Em um desses grupos estava a Sra. White. Como tal visão do Sr Hiram Edson foi endossada pela “profetisa” Sra. White e ninguém tinha como “checar” no Céu, se tal coisa era verdade, o movimento criou novas raízes e foi crescendo, e veio a se tornar a igreja adventista do sétimo dia.
Como já ouvi dizer por aí, a igreja que nasceu num milharal:
"Hiram Edson com depressão após o grande desapontamento; comeu espigas demais, depois resolveu cochilar de barriga para cima; o milho verde em excesso é danado para fermentar no estomago, e daí ele teve essa alucinação, digo, visão..."
Os parâmetros utilizados por Miller para esse calculo; que posteriormente foi adotado oficialmente pelos ASD, serão abordados em minúcias no próximo artigo da série.
E que Deus tenha muita Misericórdia... Décio – um Aprendiz de Cristão.
Extraído do blog Ex-Adventistas.com
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